sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Doce e Você

Lembro-me de quando estava aprendendo as letras, encantado com os sons e as possibilidades que elas traziam. Abria-se em minha frente inúmeras alternativas de expressão e admito que isso me encantava.


Ainda nesse universo de descobertas surge a decepção que amargou minha percepção: como você, esculturalmente tão bem desenhada, não compartilha tão bela forma com a palavra doce, que não ganha o acabamento do acento? A proximidade das palavras também as distanciavam de certa forma em sua pronúncia, e isso perturbou-me por muito tempo.


O doce tornou-se inacabado, faltou a lapidação ''do chapeuzinho do vovô''. Que regras norteadoras de senhoras oxítonas e paroxítonas me perdoem, pois, permito-me ainda concordar com meu olhar infantil: o doce seria mais doce se docê como você.


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Os Novos Partidos

Os novos partidos É impressionante a capacidade metamórfica que os partidos políticos têm de se adaptar a situação na busca incessante e ridiculamente suja de votos. Notaram que surgiram inúmeros partidos extremamente radicais de esquerda cujas velhas siglas e figurões permanecem inalterados? Chega ao ridículo o apoio que dão aos protestos, dizendo que a mudança só ocorrerá com a participação de todos e o apoio popular... apesar dos protestantes terem, por diversas vezes refutado o uso de siglas partidárias, aos poucos os partidos estão “tomando para si a causa”. Em um jogo de marketing minuciosamente calculado, estão conseguindo inverter o quadro ao favor deles. Admiro muito o trabalho que a mídia propagandista tem, pois conseguem através de palavras, imagens e música envolver quem os consome passando uma veracidade tamanha que fica quase impossível a crítica popular perceber o quanto é verdade e o quanto é “lorota”. Hoje, o horário eleitoral e a propaganda partidária exibe um monstruoso desejo de mudança, não só da oposição. Infelizmente a revolução parece acontecer apenas da boca para fora, palavras revolucionárias são ditas a todo instante, mas a mudança não é vista em parte alguma. A educação e a saúde tão questionadas seguem em completa desarmonia entre a realidade e o discurso, sem contar a pobreza e desigualdade que insistem em acompanhar nosso povo brasileiro desde sua formação. Não consigo avistar a solução para as insatisfações que levaram para as ruas milhares de pessoas esperançosas na mudança e solução de antigos dilemas sociais, políticos e econômicos. Tenho ainda esperança de estar completamente errado, e espero sinceramente que nas urnas não prevaleçam antigos medalhões corruptos disfarçados de “Che Guevaras momentistas”. 18/09/2013

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Recebi um email muito interessante e gostaria de compartilhar

Tomamos a liberdade de postar no seu blog, e você tem direito de usar as informações, como lhe convier. Usamos o pseudônimo “professores”, porque precisamos evitar novas retaliações e sanções. Já que vivemos num país “pretensamente democrático” e já fomos perseguidos em outras situações por expressar nossas opiniões.
Apenas pedimos que antes de nos julgar antipáticos e inconvenientes, conheçam nossas razões.



“Queremos deixar claro, que acima de questões salariais, estamos mobilizados pela preocupação com a qualidade do nosso trabalho, que é formar cidadãos críticos e como esta será comprometida pelas novas propostas do governo. Quanto à questão salarial estamos exigindo um direito que nos foi garantido por lei desde 2008.

O Supremo Tribunal Federal diz que ”nenhum professor pode ganhar menos de R$ 1187,00 neste país”. Porém o Excelentíssimo Governador do Estado do Rio Grande do Sul, ex- ministro da Educação e criador da Lei que estabelece o piso salarial para o magistério, nega-se, alegando falta de verbas, a cumprir a lei. Tendo sido uma das razões de sua eleição a promessa do cumprimento da lei . Este mesmo governador entra com recurso junto ao Ministério Público, alegando a inconstitucionalidade da lei, criada por ele.

Nós, “cidadãos comuns”, ao infringirmos uma lei, incorremos em processo ou até mesmo prisão. Então, não cumprir a lei é grave! Porque o Governo do Estado não é obrigado a cumprir a lei? Como dizer aos jovens, que nos cabe educar, que as leis devem ser cumpridas, respeitadas ?

Não bastasse isso, está sendo IMPOSTA a mudança curricular do ensino médio, a começar em março do ano que vem, sem que para isso os professores tenham sido preparados, sequer fomos consultados e percebemos que essas mudanças prejudicam a qualidade do ensino público, ao invés de qualificá-lo como alega a Secretaria Estadual de Educação. Ao agrupar os conteúdos e reduzir a carga horária de disciplinas como matemática e português a uma hora semanal, para incluir conteúdos técnicos regionalizados(?), ou seja direcionado as necessidades do mercado de trabalho, estará diminuindo preparo de nossos alunos para concorrer ao vestibular e ENEM. Os estágios,que agora passam a ser obrigatórios, provavelmente não serão mais remunerados. O que, se ocorrer, prejudica a renda do jovem, que está iniciando o mercado de trabalho e quer ter sua própria renda e sem possibilidade de ajudar sua família e estudar. A pretensa discussão, sobre as mudanças no ensino médio, proibia as propostas contrárias ao documento oficial. Cabe a pergunta: que tipo de discussão é essa? A pessoa enviada à nossa escola para prestar esclarecimentos sobre a nova proposta do governo, gerou mais dúvidas do que as já existentes.Como realizar um bom trabalho, se não temos diretrizes claras e nem os espaços previstos para o cumprimento imediato dessa mudança. Nós temos de cumprir isso imediatamente e às cegas. Nós, “cidadãos comuns” temos de cumprir imediatamente as imposições do governo, já o governo não está cumprindo a lei federal.

Dentre outros atos “democráticos” desse governo encontra-se o decreto da meritocracia, ao qual somos contra, pois entre outras coisas nos responsabiliza pela evasão escolar, sendo que não somos os únicos responsáveis, pois convivemos com necessidades que estão muito além da aprendizagem (necessidades de emprego, alimentação, dificuldades emocionais e familiares e até mesmo, em alguns casos, envolvimento com o crime), que a escola não tem condições de suprir , ou por falta de profissionais ou porque simplesmente está fora de seu alcance.

Querem impor aos professores a responsabilidade de mudar a sociedade, mas não respeitam nossos direitos, nem que os “Deuses” do STF determine seu cumprimento. Como formar cidadãos se não somos tratados como cidadãos?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Quanto maior a quantidade e menor a utilidade, melhor...

Consumismo: é o ato de consumir produtos e/ou serviços, indiscriminadamente, sem noção de que podem ser nocivos ou prejudiciais para a nossa saúde ou para o ambiente.

Diferença entre consumo e consumismo: no consumo as pessoas adquirem somente aquilo que lhes é necessário para sobrevivência. Já no consumismo as pessoas gastam tudo aquilo que tem em produtos supérfluos*.

*Produto supérfluo é algo relativo, já que um produto considerado supérfluo para alguém pode ser essencial para outra, de acordo com as camadas sociais a que a população pertence. Isso pode gerar violência, pois as pessoas que cometem crimes na maioria das vezes não roubam ou furtam nada por necessidade, e sim por vontade de ter aquele produto, e de não ter condições de adquiri-lo.

Porque consumir o que não é necessário? Porque muitas vezes temos curiosidade de experimentar devido ao apelo dos produtos de marca veiculados pela mídia, além de aspectos culturais e ideológicos. De olho nisto, as campanhas publicitárias incentivam o imediatismo, a idéia de aproveitar a vida para não se arrepender do que podia ter sido feito e não foi.
Segundo o professor do Grupo de Estudos do Consumo do Departamento de Psicologia da UnB (Universidade de Brasília) Jorge Oliveira Castro, há dois tipos de consumo que devem ser levados em consideração: os que estão ligados à funcionalidade do produto e de que forma ele pode facilitar seu dia-a-dia; e o consumo por valores simbólicos - neste caso, relacionado ao status que o produto pode fornecer como, por exemplo, identificação com determinado grupo de pessoas ou prestígio perante a sociedade. "É justamente este segundo parâmetro que tem tido valor para estes jovens", declara o professor.
Os jovens do mundo globalizado e capitalista estão se tornando cada vez mais consumistas e materialistas. A mídia é uma forte influência para isso atacando esse público com propagandas chamativas que apresentam algumas frases que se tornaram clichês, como por exemplo:


• Você não quer um carro, você quer este carro!
• Era tudo o que você precisava!
• Este produto é a solução de seus problemas!
• Seus problemas acabaram!

• O melhor lugar de se viver!
• Como você viveu tanto tempo sem isto?
• Nosso produto é o melhor!
• Garantia e satisfação ou seu dinheiro de volta!

Mas quando tudo isto começou?
O consumo comercial começou a ser formado já com as primeiras relações de troca entre sociedades. Isto foi intensificado com a globalização, que segundo alguns historiadores, seu embrião surge com o advento das grandes navegações no século XV. As evoluções ocorridas, principalmente, nos meios de transportes e telecomunicações, fizeram com que o mundo “encurtasse” as distâncias contribuindo significativamente para esse processo. Além é claro do avanço tecnológico na produção de bens que começaram na revolução industrial no século XVIII.

FONTES:
http://www.brasilesc ola.com/geografia/globalizacao.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumismo
http://blog.sapao.net
http://aux1d.tripod.com/id7.html
http://www.universia.com.br/universitario/materia.jsp?materia=9191

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Refletindo sobre o texto:

Entenderam o texto da postagem anterior?
NÃO? Nunca ouviram falar deste povo? Então releiam o título ao contrário...
O que está escrito nas duas últimas palavras?

_ os nacirema = americanos!

Agora releiam o texto novamente desprovidos de qualquer sentimento de superioridade cultural ou repúdio a culturas diferentes da sua, tentando encaixar o texto ao seu cotidiano.

O que acharam?
Aguardo seus comentários.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

VOCÊ OS CONHECE?

VIVENDO ENTRE OS NACIREMA

Este texto trata de um povo com uma cultura um tanto diferenciada “Os Nacirema”. Um povoado bastante numeroso, porém pouco conhecido. Durante o tempo que estive com eles pude acompanhar a rotina de uma parte da sua sociedade. Então percebi que vivem em habitações que abrigam um núcleo familiar bastante restrito, quase sempre apenas pais e filhos e em alguns casos apenas pai ou mãe, os mais velhos quando já não podem mais contribuir com força física à sociedade são isolados em recintos onde são preparados para morte, lá ficam por alguns anos até que partem desta vida.

O ritual acima citado nos parece um pouco cruel, mas não se olhado por uma perspectiva nacirema, uma vez que sua sociedade se preocupa muito com as atividades econômicas exercidas. Esse povo é conhecido por seu forte comércio de produtos por eles mesmos confeccionados. Notamos também que alguns destes produtos apresentam valores diferenciados, mesmo que tenham qualidade e funcionalidade semelhante. Exemplo disto está em suas vestimentas nas quais representam divindades diferentes, mesmo que apresentem o mesmo material e finalidade são diferenciadas por pinturas, aqueles que possuem mais posses idolatram deuses mais conhecidos e por isso mais valiosos.

Tais divindades exercem uma influencia maléfica nas mentes dos naciremas principalmente nos que estão ingressando na fase adulta (entre 12 e 18 anos) a ponto deles fazerem coisas as quais a sociedade de um modo geral condena como roubos e em casos extremos assassinatos para poderem adquirir uma peça desta vestimenta sagrada.

Os naciremas preocupam-se muito com sua aparência e constroem em suas próprias residências pequenos santuários de adoração ao seu corpo. Embora suas casas sejam de uso familiar, os rituais nestes santuários são feitos de forma individual. Apenas crianças em sua fase de iniciação são acompanhadas por um adulto, quase sempre a mãe.

Para este santuário são reservadas as mais ricas pedras de cobertura para as paredes, desse modo até as mais toscas moradias preocupam-se em enfeitá-la para contentar seus deuses. O ponto principal do templo sagrado é uma pequena caixa embutida ou fixada na pare de onde apresenta geralmente uma superfície refletora. Nessa guardam inúmeras poções e encantamentos que eles acreditam serem essenciais para sua sobrevivência. Ali estão acomodados essências olfativas que disfarçam seus odores naturais repugnados em sua cultura, as mulheres encontram ali poções da juventude, pois preocupam-se em retardar ao máximo o ciclo natural da natureza em seus corpos, os homens por sua vez guardam no interior desta caixa laminas que utilizam para raspagem dos pelos faciais que parece não serem muito bem aceitos pela sociedade.

Logo abaixo da caixa de superfície refletora encontramos uma pequena pia batismal onde todos os dias pela manha os moradores da casa, um a um, se purificam lavando seus rostos com água ao mesmo tempo em que reverenciam o Deus da caixa.

Outro ponto que chama a atenção nesse povo é a relação entre os jovens em fase de aprendizagem. Durante parte do dia são obrigados a ficarem enclausurados em um templo do saber onde os sacerdotes que detém o saber da humanidade se preocupam em convencê-los que assuntos que não os interessam são necessários à sua vida social. Porém pouco adianta, pois apresentam satisfação apenas quando se encontram sozinhos em casa, frente a um equipamento luminoso quadrado onde expressam seus reais sentimentos, acreditam também que por meio deste possam ser compreendidos a distância por seus companheiros de enclausuramento.

A análise feita deste povo dominado pela crença em deuses e na magia de suas poções mágicas nos revela que em muito se afastam da condição natural dos seres humanos, pois não apresentam nenhum sentimento de solidariedade pelos membros da sociedade aos quais passam necessidades e não pertencem ao núcleo familiar a ponto de não oferecerem comida aos que passam fome nem teto aos sem abrigo, mesmo quando, em muitos casos, lhes é farto. Além disso, possuem uma visão individualista de mundo e não se preocupam com o bem comum. Isso de certa forma vem agredindo sua sociedade uma vez que a falta de compaixão para com o outro e o meio onde vivem vem danificando suas relações interpessoais e destes com o meio ambiente.

Elaborado com base no texto: “Ritos corporais entre os naciremas”

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O homem no centro da crise hondurenha: quem é Manuel Zelaya?


Filho de poderoso fazendeiro, Manuel Zelaya foi eleito em 2005 pelo Partido Nacional Hondurenho, de direita, com um programa também de centro-direita, num cenário em que poucas famílias da elite controlavam a economia local, e onde a esquerda havia sido escanteada do poder. Apesar disso, Zelaya promoveu reformas econômicas e sociais consideradas de esquerda, custando-lhe a perda do apoio da elite. O artigo é de Larissa Ramina*.


Em 28 de junho, Manuel Zelaya fora expulso de seu país, que deixara vestindo pijamas. Destituído por um golpe de Estado, amplamente condenado pela comunidade internacional, refugiou-se na vizinha Nicarágua. Após 3 meses de tentativas frustradas, atravessou clandestinamente as fronteiras hondurenhas e abrigou-se na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, no dia 21 de setembro. Seu retorno ocorre em um momento crucial, na véspera da reunião da Assembléia Geral da ONU, que deverá reunir em Nova Iorque chefes de Estado de todo o planeta.

O governo golpista de Roberto Micheletti apressou-se em adotar medidas militares, dispersando violentamente os cerca de 4000 partidários de Zelaya reunidos no local. Um toque de recolher foi imposto na capital, e os aeroportos, escolas e comércio foram fechados. Água, luz e telefone da Embaixada foram cortados. A OEA adotou resolução pedindo a recondução do líder deposto ao poder e o respeito de sua integridade física. O governo brasileiro solicitou a intervenção do Conselho de Segurança da ONU para garantir a segurança da Embaixada.

Mas afinal, quem é Manuel Zelaya, o homem no centro da crise hondurenha?

Candidato conservador às eleições de 2006, Zelaya transformou-se após o golpe em herói popular, sendo tratado pela oposição como esquerdista e comunista. Todavia, o homem de chapéu estilo “cowboy”, camisa desabotoada, botas texanas e bigode marcante não é facilmente descrito.

Filho de poderoso fazendeiro, fora eleito em 2005 pelo Partido Nacional Hondurenho, de direita, com um programa também de centro-direita, num cenário em que poucas famílias da elite controlavam a economia local, e onde a esquerda havia sido escanteada do poder. Apesar disso, Zelaya promoveu reformas econômicas e sociais consideradas de esquerda, custando-lhe a perda do apoio da elite.

Diante de uma urgência financeira para concretizar reformas sociais no país em que 70% da população vive abaixo da linha da miséria, Zelaya buscou ajuda no setor privado, que firmemente lhe virou as costas. O Banco Mundial, por sua vez, ofereceu-lhe uma ajuda irrisória de U$ 10 milhões. O empréstimo relevante, de U$ 132 milhões, veio de Hugo Chávez.

A aliança com a Venezuela, sacramentada na adesão à Alternativa Bolivariana para as Américas, marcou a espetacular virada de Zelaya à esquerda, ilustrada pelo aumento de 65% do salário mínimo hondurenho, que passou de U$189 para U$ 289. Esse fato marcou o rompimento definitivo com o conservadorismo local. Não obstante, Zelaya foi o primeiro chefe de Estado hondurenho a visitar Cuba desde 1959, onde se desculpou publicamente com Fidel Castro pelo fato de seu país ter servido de base norte-americana para a luta contra a guerrilha; aproximou-se de Daniel Ortega na Nicarágua e protestou contra a ingerência dos EUA na Venezuela e na Bolívia. Para coroar sua posição, declarou na Assembléia Geral da ONU que o capitalismo estaria “devorando os seres humanos”.

Em seguida, isolado pelo patronato e por seu próprio partido, e já começando a inquietar os EUA, Manuel Zelaya insistiu no que chamou de “revolução pacífica” para a instauração de uma “democracia participativa”, convocando um referendo para consultar acerca da possibilidade de modificar a Constituição e permitir a reeleição do chefe de Estado. Essa empreitada, já iniciada por outros chefes de Estado na América Latina, entre os quais Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e também o conservador Álvaro Uribe, foi considerada ilegal pela Corte suprema hondurenha, apoiada por alguns membros do Congresso, por parte do Exército e pelos meios empresariais. Zelaya foi preso pelos militares na manhã do referendo, no dia 28 de junho de 2009. No Brasil, encontrou o apoio que lhe permitiu retornar a seu país. Porque o Brasil e não Venezuela? A resposta é estratégica, e o Presidente brasileiro tem reputação na Europa e nos EUA muito melhor do que o Presidente venezuelano.

O golpe de Estado dirigiu-se a um Presidente que fora eleito por um partido de direita, e que no decorrer do mandato deu uma guinada à esquerda. Micheletti anunciou que Zelaya seria preso e julgado por traição, caso entrasse em Honduras. O homem no centro da crise fora considerado, portanto, um traidor: um traidor da elite hondurenha.

*Larissa Ramina, Doutora em Direito Internacional pela USP e Professora da UniBrasil.